Mochila escolar: Fisioterapeuta alerta sobre peso ideal e postura correta

Com o início das aulas vem a preocupação com a carga correta a ser transportada pelos estudantes
Por Redação

Foto: Divulgação Fisioterapeuta Rafael Nepomuceno
Fisioterapeuta Rafael Nepomuceno

O início das aulas traz à tona a preocupação com a saúde dos estudantes, especialmente no que diz respeito ao peso das mochilas carregadas por crianças e adolescentes. O fisioterapeuta e empresário Rafael Nepomuceno, destacou os riscos de carregar mochilas excessivamente pesadas e os impactos que isso pode ter na saúde física dos jovens e deu dicas de como prevenir problemas causados pelo mau uso das mochilas.

"Por fazer parte da rotina de crianças e adolescentes, a mochila precisa ser utilizada com cuidado. Seu mau uso, durante o longo período escolar, pode causar danos nessa fase em que o corpo está passando por amadurecimento muscular e articular que repercutem por toda a vida", afirmou Rafael.

O especialista alerta que pais e educadores precisam estar atentos tanto à maneira adequada de transportar a mochila, quanto à sua carga. 

Rafael detalhou como o peso afeta a coluna dos estudantes, "quando o peso da mochila é superior à capacidade muscular da criança, isso gera uma sobrecarga na coluna que pode causar dor nas costas, fadiga muscular e um desvio postural denominado de hipercifose, visto que, para compensar o peso, a criança inclina o tronco para frente, desalinhando cabeça e pescoço", informou. 
 
"Para que a mochila não cause desconforto, deve-se evitar uma carga superior a 15% do peso corporal da criança. Por exemplo, se a criança pesa 30 quilos, o peso da mochila não deve ultrapassar 4,5 quilos. É necessário também levar em consideração a distância e o tipo de trajeto que ela irá percorrer, como ruas íngremes ou escadas", recomenda o profissional.

Além disso Rafael recomenda a prática de exercícios como forma de prevenir problemas na coluna, "é fundamental que as crianças mantenham a musculatura fortalecida com a prática regular e variada de atividade física", disse ele. 

O fisioterapeuta comentou ainda sobre a maneira adequada de se usar a mochila, "Além do peso excessivo, quando a mochila é usada de maneira inadequada, como pendurada com uma só alça ou abaixo da linha do quadril, ela gera uma tensão ainda maior na coluna e nos ombros, podendo provocar além da hipercifose, a escoliose - curvatura anormal da coluna para um dos lados", disse.

Esses desvios posturais evoluem inicialmente sem dor, mas com rapidez, principalmente na fase de estirão de crescimento da criança. 

Ele informou como deve ser o jeito ideal para que a mochila seja carregada sem acarretar danos à postura, "Para o ajuste ideal, a mochila deve ter o tamanho do tronco da criança. As duas alças devem sempre ser utilizadas e a mochila posicionada rente à linha dos ombros e acima da linha do quadril", explicou ele.

Por fim, o profissional aconselhou que os pais devem optar por modelos com cinto abdominal e alças acolchoadas para melhor conforto e distribuição de peso. "Para as crianças menores de seis anos, uma boa opção são as mochilas de rodinha com alça puxadora ajustável, mas é importante que a criança seja orientada a alternar o lado a ser puxado", enfatizou. 

Para concluir, Rafael deixou um recado aos pais: "A detecção e correção precoce, por pais e educadores, de desajustes na mochila escolar, má postura, bem como o incentivo à prática regular de atividade física, previnem desvios posturais e a evolução do problema, proporcionando qualidade de vida a crianças e adolescentes."