Milei quer construir cerca de 200m na fronteira da Argentina com a Bolívia

Medida faz parte da política de endurecimento nas políticas de imigração no país
Por Redação

Foto: Reprodução Instagram Javier Milei
Javier Milei

O presidente argentino, Javier Milei, anunciou que quer construir um alambrado de 200 metros na fronteira entre Aguas Blancas, na província de Salta-Argentina, e Bermejo, na Bolívia. A medida é parte de um esforço conjunto para reforçar os controles migratórios e combater atividades ilegais na região, como contrabando e tráfico de drogas.

A licitação foi publicada nesta segunda-feira (27) no Diário Oficial da província argentina de Salta para a realização da obra.

O governador da província, Gustavo Sáenz, informou que a construção deve ser concluída em 60 dias e incluirá 3 portões de acesso exclusivos para as forças de segurança.

A decisão faz parte do plano Güemes-“Fronteiras Blindadas” do Ministério da Segurança da Argentina, que também visa mobilizar mais de 300 homens das forças de segurança federais nas regiões fronteiriças.

Especialistas políticos comentam que a postura anti-imigração do presidente, é um reflexo de seu aliado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente norte-americano estabeleceu uma meta diária de 1.200 a 1.500 prisões de imigrantes ilegais, segundo o jornal "The Washington Post". 

Em seu perfil no X (ex-Twitter), a ministra de segurança argentina, Patricia Bullrich, apoiou a medida argumentando que era necessária para enfrentar o tráfico de drogas na região, que segundo ela estava 'descontrolado'. "Estamos promovendo esta cerca em Aguas Blancas para proteger os argentinos do narcotráfico […] para reforçar o controle na fronteira, que estava totalmente descontrolada”, escreveu ela.

Reação do Governo Boliviano

A medida gerou críticas do governo boliviano e reacendeu debates sobre a convivência pacífica entre os dois países. Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores da Bolívia afirmou que “medidas unilaterais podem afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos” e pediu que questões fronteiriças sejam resolvidas por meio do diálogo bilateral.

A Bolívia também anunciou que usará canais diplomáticos para obter informações oficiais sobre o projeto e avaliar as medidas cabíveis.

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