Teresina registra duas mortes com suspeita de dengue

As vítimas são duas crianças de 6 e 3 anos que moram na mesma rua
Por Redação

Foto: Grande Piauí Mosquito da dengue Aedes aegypti
Mosquito da dengue Aedes aegypti

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que está investigando a causa da morte de duas crianças moradoras de uma mesma região na zona leste de Teresina, que apresentaram sintomas associados à dengue, entre fevereiro e março deste ano. As vítimas residiam na Ocupação Mirante do Uruguai, situada na região no Planalto Uruguai.

Foto: Arquivo PessoalAna Clara Carvalho, de 6 anos, uma das vítimas
Ana Clara Carvalho, de 6 anos, uma das vítimas

De acordo com a FMS, uma das vítimas, que estava internada no Hospital de Urgência de Teresina, morreu por encefalite viral e, exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (LACEN-PI), apontaram reatividade para diversos vírus, possivelmente devido a reações cruzadas, sem confirmação de dengue. Entretanto, amostras foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas para análise aprofundada, com previsão de resultado em 60 dias. 

A outra vítima, que faleceu no último domingo 6 e que residia próximo à primeira, com cerca de 100 metros de distância uma da outra, teve o diagnóstico de gastroenterite e sepse pelo Serviço de Verificação de Óbito de Teresina, ela também deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Satélite, com sintomas de dengue.

As mortes por dengue ainda não constam como em investigação e/ou confirmadas no painel epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), que é alimentado pelas secretarias municipais de cada cidade.

Confira a nota da FMS na íntegra:

"A Fundação Municipal de Saúde (FMS) esclarece que está investigando a causa da morte de uma criança vitimada por “encefalite viral” e que esteve internada no Hospital de Urgência de Teresina, entre fevereiro e março do corrente ano.

Os exames preliminares realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (LACEN-PI) mostraram positividade/reatividade para vários vírus distintos, constantes no painel de investigação laboratorial de rotina implementado pelo Serviço  de Vigilância em Saúde da FMS, em 2013.

Essa situação configura o que denominamos “reações cruzadas” entre os testes baseados na detecção de anticorpos contra vários vírus, provavelmente por hiperativação do sistema imunológico frente a um adoecimento grave.

Dessa forma, não é possível ainda afirmar que a inflamação do cérebro e, portanto, que a morte da criança tenha sido causada por dengue.

Todos os exames que podem trazer certeza ao diagnóstico de uma infecção (baseados na técnica RT-PCR, em que se detecta o material genético do vírus) realizados no LACEN mostraram-se negativos. Entretanto, amostras de sangue, de urina e do líquido cefalorraquidiano da criança foram encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas – laboratório de referência do Ministério da Saúde para diagnóstico de infecções por arbovírus.

No referido instituto, exames mais aprofundados poderão esclarecer qual a real causa da morte da criança.  O prazo estimado para liberação desses exames é de 60 dias.

Já quanto ao óbito de uma outra criança, em tese, vizinha da que sofreu encefalite, ressalta-se que o caso foi analisado pelo Serviço de Verificação de Óbito de Teresina, concluindo-se, no atestado de óbito emitido pelo médico patologista por gastroenterite e sepse (infecção generalizada) como causas da morte."

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