Descaso médico coloca vida de recém-nascida em risco em Alto Longá; família denuncia negligência
O caso envolve uma recém-nascida de apenas 20 dias, que precisou ser internada na UTI
Uma grave denúncia de negligência médica chegou à redação do Grande Piauí. O caso envolve uma recém-nascida de apenas 20 dias, que precisou ser internada na UTI com ajuda de aparelhos após, segundo relato da mãe, ser atendida de forma negligente no hospital da cidade de Alto Longá, interior do Piauí.
De acordo com a denúncia, no dia 13 deste mês, a mãe procurou atendimento no hospital municipal, levando a filha que apresentava sinais claros de dificuldade respiratória e exaustão. No entanto, segundo o relato, a médica plantonista, identificada pelas iniciais L.A.S., teria liberado a criança para casa, sem maiores encaminhamentos ou exames mais detalhados.
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A situação se repetiu no dia seguinte, 14, quando a mãe, novamente preocupada com o agravamento do quadro, retornou ao hospital. Mais uma vez, de acordo com o relato, a mesma profissional de saúde teria subestimado a gravidade do estado da recém-nascida, orientando que a família retornasse para casa.
Somente no dia 15, quando a criança apresentava um quadro crítico, foi realizado o encaminhamento emergencial para o Hospital Regional de Campo Maior. De acordo com a mãe, apenas quando a saturação de oxigênio da bebê despencou para 37% — um nível gravíssimo que indica risco iminente de falência respiratória — é que a equipe médica decidiu transferi-la. O diagnóstico foi de bronquiolite, uma infecção respiratória potencialmente letal em recém-nascidos.
Diante da complexidade do caso, a menina foi transferida para a Maternidade Municipal Professor Wall Ferraz, em Teresina, onde foi internada na UTI neonatal e recebeu os cuidados adequados, necessitando de aparelhos para conseguir respirar.
Em contato com a reportagem, a mãe desabafou: “Eu sabia que minha filha não estava bem. Desde o primeiro dia, ela estava cansada, respirando mal. Mas mandaram a gente embora duas vezes, até que ficou muito grave. Só quando ela estava com a saturação muito baixa, quase sem conseguir respirar, é que resolveram fazer alguma coisa.”
Especialistas ouvidos pelo Grande Piauí alertam que uma saturação de oxigênio abaixo de 90% em recém-nascidos já configura emergência médica, exigindo intervenção imediata. No caso relatado, o atraso no diagnóstico e no encaminhamento adequado pode ter colocado a vida da bebê em risco desnecessariamente.
A equipe do Grande Piauí procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Alto Longá, solicitando esclarecimentos sobre os procedimentos adotados no atendimento à recém-nascida e sobre a conduta da médica citada na denúncia, em nota a secretaria afirmou que, tomaram conhecimento da denúncia com extrema preocupação e imediatamente abrimos um procedimento administrativo para apurar integralmente os fatos, inclusive para avaliar e, se necessário, responsabilizar a conduta profissional da médica envolvida no atendimento inicial.
O espaço permanece aberto para manifestações do profissional envolvido.
Seguimos acompanhando o caso.