Lula quer decisão conjunta do Brics sobre tarifas dos Estados Unidos

Presidente diz que não vê abertura para negociação com Trump
Por Redação

Foto: reprodução Canal Gov Lula durante pronunciamento em rede nacional neste domingo 28
Lula durante pronunciamento em rede nacional neste domingo 28

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (6) que vai conversar com os representantes dos países que integram o Brics sobre a taxação dos Estados Unidos aos produtos desses países. Em entrevista à agência de notícias Reuters, ele informou que pretende ligar para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e para o presidente da China, Xi Jinping.

"Vou tentar fazer uma discussão com eles sobre como cada um está dentro da situação, qual é a implicação que tem em cada país, para a gente poder tomar uma decisão", disse Lula, lembrando que o Brics tem dez países no G20, o grupo que reúne 20 das maiores economias do mundo.

No Brasil, entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Também nesta quarta-feira, o  presidente americano, Donald Trump, publicou um decreto impondo tarifa adicional de 25% sobre os produtos da Índia, com o argumento de que o país importa direta ou indiretamente petróleo russo.

Prioridades

Segundo Lula, a prioridade do governo brasileiro, nesse momento, é ajudar as empresas brasileiras a encontrar novos mercados para seus produtos e cuidar da manutenção dos empregos. 

O texto da medida provisória (MP) com as ações planejadas pelo governo em resposta ao tarifaço deve ser enviado ao Palácio do Planalto pelo Ministério da Fazenda ainda nesta quarta-feira (6).

Lula ressaltou que não vê abertura para negociação com Trump neste momento. 

“Eu não liguei porque ele não quer telefonema. Não tenho por que ligar para o presidente Trump, porque nas cartas que ele mandou e nas suas decisões ele não fala em nenhum momento em negociação, o que ele fala é em novas ameaças”, disse Lula. 

Lula reafirmou que quer fazer tudo o que for possível antes de “tomar outra medida que signifique que as negociações [com os Estados Unidos] acabaram”. 

O presidente lembrou que o Brasil recebeu o comunicado da taxação de forma totalmente autoritária. 

“Não é assim que estamos acostumados a negociar”, afirmou.  

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