Deputado Glauber Braga é removido à força do plenário, e oposição denuncia censura na Câmara
Tumulto, censura e acusações de seletividade marcam sessão conduzida por Hugo MottaO deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) foi removido à força por policiais legislativos de uma das cadeiras da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, na noite desta terça-feira (9), após realizar um protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A medida extrema desencadeou um dos momentos mais tensos do Parlamento em 2025.
Braga ocupava a cadeira da presidência em ato simbólico, denunciando que sua cassação — aprovada em abril pelo Conselho de Ética — seria uma retaliação por suas críticas e denúncias contra o chamado “orçamento secreto”.
Durante a intervenção policial, parlamentares no plenário gritaram “covardes” e questionaram se a ordem havia partido diretamente do presidente da Câmara, Hugo Motta. Em meio ao tumulto, a transmissão da TV Câmara foi abruptamente interrompida, e profissionais da imprensa foram retirados do local, gerando fortes acusações de censura e falta de transparência.
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A publicação do jornalista Guga Noblat, que divulgou o vídeo da ação, viralizou nas redes, destacando o contraste entre a resposta violenta ao protesto de Braga e a postura branda adotada anteriormente diante de ocupações protagonizadas por deputados de direita que defendiam anistia a golpistas.
A hashtag #GlauberFica rapidamente ganhou tração, impulsionada por manifestações de solidariedade de partidos de esquerda e críticas contundentes a Motta pela suposta seletividade na condução das sessões e na aplicação do regimento.
Enquanto isso, aliados do presidente da Câmara afirmam que o deputado teria desrespeitado normas internas e tumultuado os trabalhos. A oposição, porém, promete reagir e já articula medidas para contestar judicialmente o processo de cassação.