7 de Abril: O Dia do Jornalista e a História de uma Profissão que Nunca Cala
A escolha da data não foi por acasoNesta segunda-feira, 7 de abril, o Brasil celebra o Dia do Jornalista, uma data que vai além da homenagem: é um lembrete da importância vital de quem dedica a vida à verdade, à informação e ao compromisso com a sociedade.
Por que 7 de abril?
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A escolha da data não foi por acaso. Em 1931, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) instituiu o 7 de abril em homenagem a Giovanni Battista Líbero Badaró, médico e jornalista assassinado em 1830 por defender ideias liberais e criticar o autoritarismo do imperador Dom Pedro I. Seu assassinato gerou comoção nacional e foi um dos estopins da abdicação de Dom Pedro, em 1831 — exatamente o ano da criação da ABI.
Ou seja: o Dia do Jornalista é, desde sua origem, um símbolo de resistência.
Do impresso ao digital: uma trajetória em constante transformação
O jornalismo brasileiro começou ainda no período colonial, com a fundação da Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808 — um veículo oficial da corte portuguesa. Anos depois, veio a Correio Braziliense, de Hipólito da Costa, considerada o primeiro jornal independente em língua portuguesa, editado em Londres e contrabandeado para o Brasil.
Desde então, o jornalismo nacional passou por todas as fases da história: impresso, rádio, TV, internet e agora redes sociais. Em cada fase, o jornalista esteve lá, enfrentando censura, ameaças, revoluções e, mais recentemente, a desinformação em massa.
Números que contam histórias
Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Brasil tem mais de 80 mil profissionais registrados, atuando em diversas mídias.
Um levantamento da Repórteres Sem Fronteiras colocou o Brasil na posição 92 de 180 países em liberdade de imprensa em 2024 — um dado que acende alertas, mas também reforça a importância da luta pela livre informação.
Em média, um jornalista brasileiro ganha entre R$ 2.500 e R$ 5.000, dependendo da região e do veículo. Mas muitos enfrentam precarização, especialmente freelancers e comunicadores independentes.
Uma profissão de paixão (e coragem)
Ser jornalista no Brasil não é tarefa fácil. Envolve longas jornadas, pressão editorial, riscos físicos — especialmente em coberturas de conflito e política —, e ainda assim, é uma das profissões mais procuradas nas universidades.
Mas quem escolhe o jornalismo, escolhe dar voz a quem não tem, denunciar o que está escondido, e abrir janelas onde quiserem construir muros.
Uma homenagem a quem nos informa
Neste 7 de abril, mais do que flores ou aplausos, o melhor presente que a sociedade pode dar aos jornalistas é respeitar a informação, combater a fake news e defender a liberdade de imprensa.
Afinal, como dizia o mestre Millôr Fernandes:
"Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."